Volta às aulas: saiba a importância de atualizar a caderneta de vacinação das crianças antes do início do ano letivo


Com o início do ano letivo, cresce a preocupação dos pais com as medidas necessárias para prevenir doenças e garantir o bem-estar de seus filhos nas salas de aula.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, os cartões de vacinação dos alunos precisam estar em dia. Caso alguma vacina esteja em atraso, deve-se atualizá-la de forma urgente para prevenir casos de doenças contagiosas, considerando o convívio em ambientes coletivos.

“Medidas preventivas devem ser adotadas pelos pais e responsáveis, e mesmo pelas escolas, para evitar contágios indesejados. Se houver vacinas em atraso e não se aproveitou o período das férias para colocá-las em dia, não se deve perder tempo. Não se vacinar ou impedir que as crianças e os adolescentes o façam pode causar enormes problemas para a saúde pública, como o surgimento de doenças graves ou o retorno de agravos de forma epidêmica, como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, entre outros”, alerta a Dra. Evely Tanaka, pediatra e gerente médica de vacinas da GSK.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação em massa evita entre 2 milhões a 3 milhões de mortes por ano e é responsável pela erradicação de várias doenças. No Brasil, graças à cobertura vacinal, iniciada na década de 1970, a varíola foi eliminada no país em 1973; a poliomielite, em 1989; e a transmissão de sarampo dentro do mesmo território, em 2001.

O Ministério da Saúde disponibiliza no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Calendário Nacional.

Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos ao ano, para combater mais de 19 doenças, em diversas faixas etárias como: 
  • BCG (para prevenção da tuberculose em crianças);
  • HPV (vírus do papiloma humano);
  • Pneumocócica (contra a infecção por pneumococo que causa meningite, pneumonia e infecção de ouvido - otite);
  • Febre AmarelaVIP/VOP (vacina inativada e vacina oral contra poliomielite – paralisia infantil);
  • Hepatite B;
  • Penta (vacina contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecção por Haemophilus influenzae);
  • Rotavírus;
  • Hepatite A;
  • Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela - catapora);
  • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
  • Dupla adulto (difteria e tétano);
  • dTpa (difteria, tétano e pertussis - coqueluche), 
  • Meningite C (conjugada).

Porém, além das vacinas disponíveis na rede pública, temos as vacinas da rede privada e, entre essas duas redes, existem algumas diferenças. O sistema público de saúde tem como objetivo a proteção coletiva e erradicação de doenças e para isso, necessita de altas coberturas vacinais. Já o calendário privado foca na proteção individual, ou seja, que o indivíduo faça o esquema vacinal necessário para obter a proteção máxima contra a doença.

Portanto os calendários da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Imunizações são diferentes do Calendário do Programa Nacional de Imunizações, pois possuem esquemas vacinais com doses adicionais e contemplam vacinas não disponíveis na rede pública.

Veja, abaixo, essas diferenças:

-  Meningococo: o PNI só disponibiliza a vacina contra o meningococo C, sendo que existem outros sorogrupos que também são responsáveis por causar doença meningocócica invasiva. Tendo isto em vista, os calendários da SBIm e da SBP recomendam 2 ou 3 doses da vacina meningocócica conjugada ACWY dos 3 aos 7 meses e mais dois reforços da vacina ACWY durante os 12-15 meses e 4-6 anos.

O calendário do PNI não contempla a vacina pra o meningococo B, porém a SBIm e a SBP recomendam três doses no primeiro ano de vida, mais um reforço aos 12 meses, ou duas doses a partir de um ano de idade.

Gripe (Influenza): SBP e SBIm preconizam duas doses para influenza a partir dos 6 meses de idade. Após isso, doses anuais são aconselhadas para todas as idades. No PNI, a vacina só está disponível para determinados grupos: indivíduos com 60 anos ou mais de idade, crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, trabalhadores da saúde, povos indígenas, grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade, os funcionários do sistema prisional e professores das escolas públicas e privadas.

Além disso, na rede privada, está disponível a vacina contra gripe causada por 4 tipos de vírus (tetravalente). Já no PNI, só tem disponível a vacina contra a gripe causada por 3 tipos de vírus (trivalente).

Hepatite A: o PNI disponibiliza apenas uma dose, e a SBP e SBIm recomendam duas doses (aos 12 e 18 meses). 

Varicela/Catapora: o PNI disponibiliza apenas 1 dose contra Varicela. Os calendários da SBIm e da SBP recomendam duas doses da vacina (12 e 15 meses para SBP, 12 e 15-24 meses para SBIm).

- Em relação à vacina dTpa (difteria, tétano e pertussis – coqueluche), no PNI ela está disponível somente para gestantes, enquanto que a SBP recomenda reforço aos 4 anos de idade e a SBIm, reforço dos 4 aos 5 anos, dos 9 aos 10 anos, e a cada 10 anos após a última dose, caso tenha sido feito o esquema básico completo.

Outra diferença importante é a recomendação para a vacina pneumocócica conjugada, pois no PNI são duas doses, aos 2 e 4 meses, e um reforço aos 12 meses, que é o esquema 2+1. Já a SBP recomenda o esquema 3+1, três doses, aos 2, 4 e 6 meses, e um reforço aos 12 meses. No calendário da SBIm o esquema é 3+1 com o reforço dos 12 aos 15 meses.

Pentavalente – no PNI existe a vacina pentavalente que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae do tipo b. No sistema privado existe a vacina hexavalente que protege contra difteria, tétano, coqueluche, poliomielite 1, 2 e 3, Haemophilus influenzae do tipo B e hepatite B.



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